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terça-feira, 31 de julho de 2012

A ÁGUA DA CACHOEIRA NÃO VAI SECAR.

Mesmo com o julgamento do mensalão em mistura com a eleição ocupando o jogo de cena, a CPI do Cachoeira não vai acabar virando pizza. É o que garantiu à coluna o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso. Segundo ele, a CPI vai continuar ativa independentemente de quaisquer circunstâncias externas. “Cada um pode ocupar o seu espaço institucional”, disse o relator, respondendo sobre a possibilidade de os trabalhos parlamentares terminarem perdendo espaço para a dupla mensalão-eleição na atenção da mídia e da opinião pública. “Vamos continuar investigando o núcleo dessa organização criminosa. O exemplo mais vivo de que essa organização continua atuante, foi a tentativa de compra de um juiz”, disse o deputado, referindo-se à acusação de que a esposa do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, teria tentado chantagear o  juiz federal Alderico Rocha Santos. De acordo com o relator – que, ao assumir a função, foi alvo de críticas oposicionistas de que fora escolhido com a incumbência de blindar o Palácio do Planalto nas investigações –, a comissão não se retrairá se for necessário partir para a investigação mais profundas de governadores acusados de envolvimento com o contraventor, como é o caso de Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro, e Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, petista como Odair Cunha. “Não importa se sejam governadores ou se tenham outro cargo, todas as pessoas acusadas de envolvimento serão investigadas”. É conferir e cobrar.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

MINAS GERAIS NO CENTRO POLÍTICO DO MENSALÃO.

Esta é a semana do mensalão. E Minas está no centro político deste escândalo. O principal acusado de operar o esquema, o empresário do ramo de publicidade Marcos Valério, é mineiro. O prefeito de Uberaba, ex-ministro Anderson Adauto, também é acusado, assim como o ex-ministro José Dirceu, que é de Passa Quatro MG), mesmo tendo feito carreira política em São Paulo. Os dois bancos que estariam no centro da operação financeira do escândalo, BDMG e Rural, também são do Estado. E mais: a operação teria tido uma preliminar durante a campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo, em 2008, coordenada pelo mesmo Marcos Valério. Notem que estou reforçando tudo no condicional – teria, poderia  – pois há uma decisão do Supremo em curso. Enquanto um lado aponta o mensalão como maior escândalo da história do País, envolvendo 141 milhões de reais – só entre deputados e ex-deputados acusados são 23 –, a outra ponta diz que houve apenas acertos financeiros de campanha, sem envolvimento de dinheiro público. Enfatiza ainda que o escândalo foi criado para desestabilizar o governo Lula, na época já com popularidade recorde. O julgamento, que começa na quinta-feira, vai afetar a eleição. Mas só um réu do mensalão, o deputado João Paulo Cunha, do PT, está se candidatando nessa eleição, à Prefeitura de Osasco. Muitos já estão afastados da vida pública, como é o caso do ex-deputado Romeu Queiroz, que já foi todo-poderoso presidente da Assembleia Legislativa.
CARLAILE PROCURA UM VICE COM UMA LANTERNA NA MÃO.
Procura-se um vice. O candidato tucano Carlaile Pedrosa já está com uma lanterna na mão – como fez o filósofo Diógenes há mais de 2 mil anos – à procura de um homem honesto para a chapa dele em Betim.  Não pode mais dar errado, pois o outro lado da disputa vai explorar o fato a exaustão.  O deputado Pinduca conseguiu reaver o mandato dele de deputado estadual porque o Supremo decidiu que a lei ficha-limpa não poderia retroagir às eleições de 2010. Mesmo se tratando do Supremo, a decisão foi muito criticada, pois despejou na vida pública vários candidatos notadamente fichas-sujas. Só que agora o Foro Eleitoral impugnou a candidatura a vice de Pinduca, por considerar que ele, ao ser condenado por abuso de poder econômico, em 2008, teria de ficar inelegível por um período de oito anos, portanto, até 2016. É um caso típico de confusão da Justiça Eleitoral, por isso a defesa do deputado vai recorrer ao Supremo. Mas, na dúvida, a candidatura de Carlaile vai procurar outro nome para a vice. O caso de Pinduca acende a luz amarela em relação à candidatura do tucano Ademir Lucas em Contagem. Ademir foi condenado pelo Tribunal de Justiça, em 2009, em uma ação que teve origem quando ele era prefeito de Contagem, em 2003. A defesa do ex-prefeito afirma, no entanto, que ele foi condenado em ação de ressarcimento, no valor de R$ 191 mil reais, já quitados. E não por improbidade administrativa.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O DINHEIRO PÚBLICO E O ESPETÁCULO DO VOTO.


Eleição é o espetáculo da democracia. É o momento de a sociedade escolher quem vai representá-la. Quem vai formular as leis, as normas. Promover as obras necessárias. Como se trata de um Brasil que nós conhecemos, também é hora de escolher quem vai embolsar ou não o dinheiro público. Não adianta esconder a sujeira debaixo do tapete. Você, de certa forma, é responsável pelos seus governantes. Você pode não gostar de política – gostar mais, por exemplo, de futebol – mas é importante pensar que a política ajuda a definir a vida de cada um de nós. Daí, a beleza da eleição. Do contrário, é ditadura. É algum manda-chuva  decidindo por você. Se for possível o blog ajudá-lo em seu voto em Belo Horizonte, será com os seguintes dados. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, 33% da população consideram o atendimento à saúde o pior problema da Capital. Depois vêm o trânsito com 17% e a segurança com 13%. A melhor escolha é a candidatos que atendam a esses quesitos

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A BOLA DO MARKETING ESTÁ COM O ELEITOR.

Não se surpreenda se você receber um telefonema do Lula. E ele, com a voz rouca que o caracteriza, pedir voto para Patrus Ananias (PT). E depois receber uma chamada de Aécio Neves, tentando, da mesma forma arrebanhar, o seu voto... para Márcio Lacerda (PSB). É a guerra do marketing que já começou em Belo Horizonte, com a utilização de diversas armas. Nas ruas, jovens transbordando simpatia, já estão pedindo para colar adesivos em carros e motos. A eleição – considerada uma prévia disputa presidencial entre Dilma/Lula e Aécio, em 2014 – também se traduz numa batalha de dois fortes marqueteiros. Do lado de Patrus, estará o baiano João Santana, que fez a campanha de Dilma há dois anos. E comandou a reeleição de lula, em 2006. Além de marqueteiro, Santana foi jornalista político. Com Lacerda, estará um marqueteiro experiente: Cacá Moreno –prata da casa. A formação dele é economia, mas Cacá se destacou como publicitário dos tucanos. Fez a campanha de Eduardo Azeredo, Aécio e Anastasia. Também era o predileto de Itamar Franco. A escolha dos marqueteiros reflete o espírito dessa eleição nacionalizada: de um lado, o PT. De outro, o PSDB. A bola está com o eleitor.

O PT NÃO QUER VENDER PEIXE ESTRAGADO.

Durante décadas, desde a fundação do partido, em 1980, o PT foi bodoque, estilingue, acostumado a provocar estilhaços. Mas a legenda precisa também aprender a ser vidraça. Isso faz parte da democracia, principalmente no tumultuado processo brasileiro. Um dia é da caça, outro do caçador. Essa tentativa do PT de abafar, jurídico e politicamente o escândalo do mensalão no período eleitoral se traduz em uma palavra, que antes era amaldiçoada pelo partido: “censura”. A tentativa de adiar o início do julgamento do mensalão, marcado para 2 de agosto, alegando que o julgamento causaria desequilíbrio nas eleições municipais, foi entregue à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia. A representação pede que ela interfira junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo adiamento. Em outra vertente, petistas  querem impedir que imagens e notícias sobre o mensalão sejam veiculadas durante o horário eleitoral, que começa em 21 de agosto. Naturalmente, o PT é o partido mais atingido pelo escândalo, mas não se trata só de um partido. O PTB, PP E PL também têm parlamentares envolvidos, apesar de o PT ter ficado no centro do escândalo. Concordo, no caso, com o secretário de Comunicação do PT, André Vargas, que prepara um vídeo para ser veiculado no site do partido e em inserção do partido na TV, reforçando que o julgamento é de pessoas e não da legenda. Assim é válido, é democrático – cada um vende o peixe que tem, mesmo estragado.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O PSD EM BH E OS PAPARICOS AO PODER.

A primeira pergunta que se faz é quanto vale o PSD em Belo Horizonte. A resposta imediata é que vale dois minutos no chamado horário eleitoral gratuito da tevê. É muito: em televisão esse tempo é uma eternidade. Mais do que isso, significa paparicos ao poder. O manda-chuva pessedista, prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, prometeu à presidente Dilma que o partido apoiaria o candidato ungido por ela, Patrus Ananias (PT). Ele atua, portanto, para justificar a lisonja política à presidente. O outro lado do racha partidário também tem motivação política. O agrado, no caso, é ao poder local. Márcio Lacerda (PSB) poderá abrir à legenda cargos importantes na Prefeitura. O governo do Estado, por sua vez, já empossou dois secretários do partido. Há também a aposta no tucano Aécio Neves em 2014 – para presidente da República ou para um retorno politicamente promissor ao governo. Mas, independentemente da guerra das duas torcidas partidárias, a decisão caberá unicamente à Justiça. Antes do início do horário na TV, em 21 de agosto, o Tribunal Superior Eleitoral vai definir qual lado do racha tem razão. Portanto, qual dos candidatos abiscoitará os dois minutos na TV.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A HORA E VEZ DOS NANICOS EM BH.

A mídia geralmente enfoca apenas os principais candidatos em uma eleição. É o caso da disputa em Belo Horizonte. Isso não acontece só no Brasil. Na última eleição presidencial norte-americana foram nove candidatos, mas, geralmente só fala no democrata e no republicano. A proliferação de partidos no Brasil contribui para o esfacelamento. São 30 legendas na eleição deste ano./ O último a ser registrada foi o PEN –Partido Ecológico Nacional. Mas só se for a defesa do verde dos... dólares. Boa parte dessas legendas é montada para negociatas. São esses os outros cinco candidatos na Capital: Maria da Consolação, do PSOL, é professora do ensino fundamental e feminista. Outra mulher na disputa é Vanessa Portugal, do PSTU. Ela também é professora, da rede municipal. Pepê, do PCO, trabalha nos Correios e é ligado à CUT. Tadeu Martins, do PPL. Tem atuação destacada como cordelista e contador de casos. Esses candidatos se colocam mais à esquerda. Não é o caso do dentista Alfredo Flister, do PHS, ligado ao grupo católico Renovação Carismática.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

GUERRA JURÍDICA NA DISPUTA EM BELO HORIZONTE.

Começou a guerra judicial na eleição em Belo Horizonte. O secretário de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira, que também é secretário-geral do PSD em Minas, entrou com o pedido de impugnação da candidatura de Patrus Ananias (PT), alegando que o ex-ministro teria de se desincompatibilizar do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp – Federação das Indústrias de São Paulo, a mais poderosa do País. Não sei se há consistência jurídica nesse pedido, pois é um cargo da esfera privada e não pública. Desincompatibilização, como conhecemos, é de ministro de Estado, secretário de Estado, presidente de estatal etc. Mas, naturalmente, é uma decisão da Justiça Eleitoral, que analisará as razões ou não do pedido. Patrus também participava do Conselho de Desenvolvimento da Prefeitura de Belo Horizonte. Aí sim, é setor público, o que terá também de ser analisado. Patrus disse que a área jurídica da campanha já está analisando o pedido de impugnação, mas concluiu que está tudo certo com a candidatura. Já a assessoria de imprensa do petista considerou uma tentativa da campanha adversária de criar um fato política na eleição da Capital. O PSD clássico era o partido de JK, Tancredo Neves e José Maria Alckmim, nomes históricos da política de Minas. Esse novo PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, só está dando dor de cabeça para o candidato petista. São dois minutos no horário eleitoral da TV que estão significando prejuízo eleitoral para o candidato.
Primeiro, o partido entrou no TRE com um pedido de impugnação da presença pessedista na coligação de Patrus, conforme determinado pela cúpula nacional da legenda. O juiz diretor do Foro Eleitoral, Rogério Coutinho, deferiu a liminar. A questão está, portanto, subjudice. O secretário Alexandre Silveira solicitou também nesse novo pedido que Patrus apresente notas fiscais para comprovar que a Ananias Assessoria e Consultoria, empresa que o candidato mantém em sociedade com a esposa, não prestou serviços ao poder público no prazo exigido de desincompatibilização – quatro meses.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ELEIÇÃO EM BETIM ACOMPANHA BELO HORIZONTE.

A disputa em Betim, com cerca de 400 mil habitantes, um dos mais fortes municípios da Região Metropolitana, é bem parecida com a eleição em Belo Horizonte. Com alguns sinais trocados.
Enquanto na Capital, o grupo PSB-PSDB, com o candidato Márcio Lacerda, tenta manter o controle da Prefeitura contra o candidato do PT, Patrus Ananias, aliado ao PMDB, em Betim o PT, por meio da prefeita Maria do Carmo Lara, candidata à reeleição, em companhia da vice na chapa, Léia Nogueira, esposa do deputado Ivair Nogueira, deputado tradicional peemedebista. Rpetem a aliança da Capital.
Ex-presidente do PT, Maria do Carmo joga com o fato de ser amiga da presidente Dilma.
Tenta também voltar à Prefeitura o deputado federal tucano Carlaile Pedrosa, quem tem como vice o deputado estadual Pinduca – cassado em 2010 por compra de votos e abuso do poder econômico. A lei ficha limpa não validou as eleições de 2010, portanto, o deputado pôde tomar posse. A dobradinha é essencialmente tucana, já que o PP é partido da órbita do PSDB.
Portanto, em Betim, temos uma reprodução da nacionalização da disputa em Belo Horizonte, colocando cara a cara o projeto de poder do governo federal – de Lula e Dilma – e o do tucano Aécio Neves, antecipando na disputa da Presidência da República em 2014.
Os outros dois candidatos, mais à esquerda, são Sargento Peixoto (PSOL)
E Sidenir (PCO). Certamente, com menos (possível) peso eleitoral.

terça-feira, 17 de julho de 2012

BH: CANDIDATOS DISPUTAM NACOS NA TV.

Quanto vale um partido, mesmo sem grande expressão eleitoral, na disputa da Prefeitura? Muito. Não são apenas os votos que eventuais eleitores dessas agremiações possam depositar para o candidato. Mas também a expansão do tempo que esse mesmo candidato vai ter no horário eleitoral da TV que começará em 21 de agosto. Aliás, essa propaganda que invade a programação é chamada de gratuita, mas a Justiça Eleitoral reembolsa as emissoras. Portanto, o contribuinte é quem paga a conta./ O candidato que atrair mais partidos terá um maior naco no horário pago por nós. Daí a briga entre Márcio Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT) pelo apoio do PSD, partido que tem como cacique o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O enredo da história é o seguinte: o partido decidiu em convenção municipal apoiar a aliança do PSB e PT, com Márcio Lacerda como cabeça de chapa. Mas com a reviravolta de última hora, Patrus virou adversário de Lacerda. A cúpula do PSD interveio, contudo, a favor do PT. A Justiça Eleitoral manteve, porém, a decisão inicial. A direção nacional pessedista vai recorrer. No fundo, a disputa é pelos dois minutos que o partido tem no horário da TV. Lacerda tem hoje 12 minutos de propaganda televisiva.  Patrus menos: 10 minutos. Portanto, os candidatos correm atrás de mais espaço na propaganda eletrônica.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

PMDB NO RING DAS ELEIÇÕESMUNICIPAIS.

Eleição municipal é uma vitrine dos partidos.É hora de as legendas mostrarem o que valem, o peso delas: quantos prefeitos conseguem eleger, quantos vices e vereadores. A partir do resultado que obtiver nos municípios, o partido poderá se impor na eleição majoritária – na disputa para presidente da República, governos, Senado e vagas para deputado. Mesmo sem contar com a estrela maior da agremiação – o vice-presidente Michel Temer – que ficou retido em Moçambique, na África, em uma reunião de cúpula de chefes de Estado – o PMDB movimentou cerca de 700 pessoas  em um encontro municipalista, hoje, em Belo Horizonte. Nas últimas eleições municipais, o partido elegeu 118 prefeitos em Minas. Bem abaixo do PSDB, em que ficou com 158. Mas acima do PT, que venceu em 107 cidades. O partido quer mais: fala em eleger número superior a 150 prefeitos nos 286 em que disputará com candidato próprio. Articula para sair fortalecido em Minas, onde se desenrola uma prévia das eleições presidenciais de 2014 – colocando de um lado do ring o PT de Lula e Dilma e de outro o PSDB do senador Aécio Neves. Aliado do PT, de quem ocupa a vice na chapa de Patrus Ananias na eleição em Belo Horizonte, o PDDB que mostrar que vale quanto pesa. No plano geral, está a disputa com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para ver que é o principal coadjuvante do poder petista.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

HÉLIO GARCIA E OS PORCOS NA ELEIÇÃO.

Hélio Garcia, quando estava no mando político em Minas, dizia que eleição só começava mesmo depois da parada de 7 de setembro. Acrescentava, numa definição pouco lisonjeira para a política, que até se chegar lá tudo ficava igual um caminhão de porcos: havia muito barulho, muito grunhido, mas... quando o caminhão começava a andar, os porcos ficavam quietinhos, quietinhos. Na época da frase, a eleição era em novembro. Agora, como é em outubro, podemos dizer que a eleição vai começar para valer em agosto. Mas isso não significa que os candidatos vão ficar parados. Márcio Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT)  já fazem corpo a corpo com eleitores neste sábado. O prefeito vai para o Mercado Central, Patrus para Venda Nova; ambos às 10h. Mas tanto um quanto outro deverá guardar o chumbo-grosso das campanhas para agosto – quando começa o horário eleitoral na TV – e para setembro, quando a eleição vai pegar fogo. Até lá, eles terão de trabalhar com cuidado para não errar. Na balança política, perde-se eleição muito mais com erros cometidos do que se ganha com possíveis acertos. Hoje, o prefeito reúne-se com 35 deputados estaduais e federais que têm foco político em Belo Horizonte. Organiza o time parlamentar para se contrapor à militância do PT e PCdoB. Já o ex-ministro Patrus Ananias tem encontro marcado na cidade com o vice-presidente Michel Temer. Começa a enredar o governo federal na campanha.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

OS NANICOS E A ELEIÇÃO EM BELO HORIZONTE.

Com o quadro de empate técnico, segundo pesquisa do EMDATA, os nomes mais fortes à Prefeitura – Márcio Lacerda, e Patrus Ananias – certamente terão de buscar o apoio dos outros cinco candidatos, que somaram 7% na mesma pesquisa. Ainda não está claro com quem vão ficar cada desses candidatos, chamados de nanicos. Mas, segundo sondagem que fiz nos bastidores das campanhas, eles tendem a recomendar a seus eleitores o seguinte voto, na hipótese de segundo turno: O PSTU, de Wanessa Portugal, que ficou com 3% na pesquisa, e o PSOl, de Maria da Consolação – partidos que saíram da costela do PT – tendem a optar pelo voto nulo. Motivo: a ruptura deixou muita mágoa. Também deve ser esse o caminho do PCO, do candidato Pedro Paulo. Já o perfil de Alfredo Flister, do PHS, é o apoio a Márcio Lacerda. Em contraposição, Tadeu Martins, do PPL, deverá recomendar voto em Patrus Ananias. Como esses quatro candidatos tiveram 1% cada na pesquisa, a tendência, entre nulos e apoios, é um empate para o segundo turno. Vale observar que tudo vai depender da evolução das campanhas. Pode haver até apoio antecipado de nanicos a esse ou aquele candidato. Vale observar que não há como antecipar negociação de eleição.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A DEGOLA DE DEMÓSTENES E A REVISÃO DA DEMOCRACIA.
O ex-senador Demóstenes Torres (sem partido) diz que foi lixado, que enfrentou a ditadura das perseguições: ninguém admite culpa no cartório; não é só ele. Mas, certamente, a cassação de Demóstenes  por um placar amplo foi uma vitória da democracia, como afirmaram vários senadores, apelando para esse chavão. Mas é necessário rever preceitos dessa mesma democracia que promovem excrescências políticas como é o caso do ex-senador, um despachante de luxo, um pau mandado do contraventor Carlinhos Cachoeira. O problema certamente não é a democracia, mas da crença que move parte considerável dos políticos de que vida pública é para ganhar dinheiro, ficar rico.  Essa crença é um pulo para a corrupção. O coordenador do Observatório da Corrupção, da OAB/MG, Janir Adir (ele se encontra na Bolívia, informei para ele o placar da cassação, por telefone) assinalou que a sociedade brasileira clamava por essa decisão. Completou que ainda é necessário limpar mais, ampliar a limpeza. Sim, é preciso aprofundar a investigação sobre os governadores de Goiás, Marconi Perilo (PSDB), do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), sem se esquecer dos diretores da Construtora Delta, do prefeito de Palmas, Raul Filho, entre muitos outros. Sobre a substituição de Demóstenes, pelo suplente Wilder Pedro de Morais, ex-marido da atual mulher de Cachoeira, houve a substituição do sujo pelo mal lavado ou, e como queiram, do roto pelo puído. Wilder foi um dos financiadores da campanha de Demóstenes e já está no crivo da CPI do Cachoeira. Pode chegar ao Senado como candidato à cassação.

EMPATE TÉCNICO EM BH SURPREENDE.

Os números do EMData, instituto de pesquisa do jornal Estado de Minas, confirmam que não há favorito na largada da disputa à Prefeitura da Capital. E que os outros cinco candidatos, com 7 por cento no total, vão ter papel preponderante em um possível segundo turno. O empate técnico do ex-ministro Patrus Ananias com o prefeito Márcio Lacerda, tanto na pesquisa induzida quanto na espontânea, surpreende, pois a candidatura dele surgiu há apenas 10 dias. O prefeito, de certa forma, já se encontra em campanha pela reeleição há bem mais tempo. Lacerda disse que o crescimento de Patrus se deve ao fato de o nome do adversário ter sido um dos mais falados na mídia nos últimos dias. Ele comemorou o fato de a administração municipal dele ter sido bem avaliada. Mas são a estratégia e as ações futuras que devem determinar a performance dos dois principais candidatos. O corpo a corpo com os eleitores, além da qualidade da propaganda na TV, darão a cara de cada campanha. Lacerda tem ao lado dele cerca de 800 candidatos a vereador de 19 partidos. Isso pesa bastante. Patrus tem bem menos. Mas joga com uma militância engajada, principalmente do PT e PCdoB.

terça-feira, 10 de julho de 2012

BALANÇO INICIAL DA ELEIÇÃO EM BELO HORIZONTE.

Não dá para falar ainda em favorito na eleição à Prefeitura de Belo Horizonte. Vamos colocar os dois principais candidatos na balança eleitoral: Márcio Lacerda (PSB) tem grande apoio institucional. Ao lado dele estarão as máquinas municipal e do governo do Estado.
Ele tem um exército ao seu lado: são 19 partidos na aliança de Lacerda. O prefeito terá a companhia de 800 candidatos a vereador desses partidos, mais de 30 dos atuais 43 vereadores e ainda grande time de deputados estaduais e federais.
No horário gratuito da TV – que não é nada gratuito; nós é que pagamos –
Lacerda terá inserções de 13 minutos e meio.
Na comparação, o ex-ministro Patrus Ananias terá aproximadamente oito minutos e meio.
Cerca de 200 candidatos a vereador estarão na campanha do petista.
Patrus terá também a máquina federal ao seu lado e o carisma e a popularidade de Lula e Dilma na campanha dele.
Outra vantagem é a militância fanática do PT e do PCdoB e apoio mais amplo de artistas, professores e intelectuais, se ele conseguir manter essa característica que reuniu em eleições anteriores.
O barulhento movimento da juventude – a chamada Praia da Praça da Estação – também vai trabalhar contra Lacerda, agora em nova fase, a Praia da Savassi.
SENADO VAI PASSAR A LIMPO UMA LINHA DA NOSSA HISTÓRIA.
O Senado terá hoje a oportunidade de passar a limpo mais uma linha da nossa História – muitas vezes manchada por desmandos e compra&venda de políticos. A possível cassação do mandato do senador Demóstenes Torres será mais uma oportunidade para se combater a mentalidade de que vida pública é negócio, uma forma de enriquecimento. Deverá se tornar, portanto, mais uma advertência a dezenas de milhares de candidatos que vão disputar voto em outubro, tentando se eleger a prefeito ou vereador. Pelo que eu conheço, com mais de 30 anos de experiência em cobertura jornalística no setor, boa parte deles procura a atuação política exatamente com esse pensamento mercantilista. Embora negue as acusações – diz que existe até um complô da imprensa contra ele –, há comprovação de que Demóstenes recebeu recursos do bicheiro e atuava como uma espécie de despachante de luxo do contraventor. E não é só o senador: até mesmo o prefeito petista de Palmas, Raul Filho, está envolvido no esquema do bicheiro envolvido. Levantamentos preliminares mostram que a maioria dos senadores vai votar a favor da cassação. Procurei a assessoria dos três senadores mineiros – Aécio Neves, Clésio Andrade e Zezé Perrela – para saber como eles devem votar. Como o Supremo Tribunal Federal proibiu a divulgação dos votos no painel do Senado, eles preferiram manter o sigilo. Tomara que votem com consciência histórica.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

ELEIÇÃO DIFÍCIL, SEM FAVORITO.

A campanha à Prefeitura de BH deve começar para valer nos próximos dias.Os dois principais candidatos – Márcio Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT) – não participaram, por enquanto, do  corpo a
 -corpo com eleitores. Ainda têm impedimentos legais. A fase ainda é de aquecimento. Lacerda se reuniu com dirigentes de 18 partidos, em companhia do candidato a vice, Délio Malheiros (PV). O coordenador da campanha será o secretário de serviços urbanos, Pier Georgio Senesi, que se licenciará. O atual secretário de Comunicação da Prefeitura, Regis Souto, assumirá a imprensa. Na quinta, haverá uma  reunião ampla da campanha. Lacerda vai partir para o corpo a corpo no início da próxima semana.
A campanha de Patrus já organizou uma movimentação, no Mercado Central, no último domingo, com presença de militantes do PT, PCdoB e PMDB. Até o deputado peedebista Leonardo Quintão apareceu por lá. No sábado e domingo, Patrus e o candidato a vice, Aloisio Vasconcellos, do PMDB, vão participar de passeatas e carretas em bairros. O coordenador da campanha é o atual-vice-prefeito, Roberto Carvalho (PT). O coordenador de imprensa é o jornalista Márcio Godinho, que trabalhou na assessoria da Caixa Federal, durante o governo Lula. Portanto, os principais times já estão entrando em campo. O campeonato promete ser difícil, sem favorito.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

BELO HORIZONTE: CAMPANHA MILIONÁRIA NAS RUAS.
Nessa campanha nacionalizada em Belo Horizonte, com gastos milionários – estratosféricos – Márcio Lacerda comunicou ao TRE gastos de R$ 35 milhões. Há quatro anos, na primeira eleição, ele gastou R$ 19 milhões. Patrus Ananias, vai gastar R$ 20 milhões, iniciais.
Os primeiros movimentos foram da campanha do PT. Ontem à noite,  houve o ato inaugural da campanha, com presença de Patrus, Aloisio Vasconcellos, do presidente nacional do PT, Rui Falcão, do ministro Fernando Pimentel, e representantes do PCdoB e do PMDB. E uma militância animada.
Patrus, em seu pronunciamento, elogiou Tancredo Neves, para criticar o neto, implicitamente, lamentando os atos de descendentes, no caso o neto, Aécio. O tucano havia dito antes que Belo Horizonte não é quintal do PT, ao afirmar que a candidatura de Patrus foi articulada em Brasília.
A campanha de será coordenada pelo vice-prefeito Roberto Carvalho. Ele disse para mim que há haverá caminhadas em bairros, neste final de semana, pois Lacerda está em campanha há quatro anos – e o PT começa agora.
Já a campanha de Márcio Lacerda começará a ser organizada em reunião marcada para o início da próxima semana.  
Os responsáveis pelo material de propaganda do prefeito tradicionalmente trabalham para os tucanos. São eles, Paulo Vasconcellos, da Vitória Comunicação, que sempre fez a propaganda de Aécio, e Cacá Moreno, da Perfil Publicidade.

terça-feira, 3 de julho de 2012

CÚPULAS DECIDEM ELEIÇÃO EM BELO HORIZONTE.
A sucessão em Belo Horizonte passa por Brasília, São Paulo, Recife,entre outras praças. As cúpulas vão decidir se o divórcio entre PT e PSB é litigioso ou de mentirinha. Aparentemente, é verdadeiro, com os dois lados disparando críticas e acusações mútuas. Se as cúpulas se interessam pela recomposição ou se vão conseguir colocar toalha quente na briga, ainda é prematuro garantir com absoluta certeza. Uma xícara quebrada pode, porém, ser colada, mas nunca será a mesma. A executiva nacional do PT decidiu hoje, em São Paulo, que Patrus Ananias será realmente o candidato em Belo Horizonte. O vice deverá ser o deputado estadual peemedebista Sávio Souza Cruz, um crítico contumaz dos tucanos. O atual vice-prefeito Roberto Carvalho recuou - retirou a candidatura que havia registrado, anteontem, no TRE. Patrus exigia a unidade petista comno pressuposto para aceitar a candidatura.  Mas são as cúpulas, mais com o olho e menos com o coração nas eleições de 2014, que decidirão. Hoje, será a vez da executiva nacional do PSB, partido do bolso do colete do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se reunir. Acho que vai ser difícil, senão desgastante, uma recomposição entre petistas e socialistas em Belo Horizonte Dar meia volta volver pareceria uma brincadeirinha. Mas é melhor não apostar, pois nunca se sabe ao certo por onde passa a negociação.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

CARVALHO AMEAÇA A PRETENSA UNIDADE PETISTA.
Se a candidatura de Patrus Ananias for realmente confirmada na quinta-feira – prazo definitivo de inscrição de candidatos na Justiça Eleitoral – quem, possivelmente, sai perdendo é Délio Malheiros, do PV.
Os dois não têm perfil similar, mas, para o grande eleitorado, surgem como candidatos parecidos.
Malheiros busca o apoio d ex-ministra Marina Silva, que foi o nome mais votado em Belo Horizonte a presidente da República em 2010, ultrapassando, inclusive, Dilma Rousseff, que é natural da cidade.
Porém, o PT tem maior estruturação na Capital e uma militância apaixonada.
Um detalhe pode, contudo, balançar a campanha do PT: o atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, já registrou a candidatura dele no TRE. Isso pode complicar a pretensa unidade petista.


A DISPUTA EM BH FICOU MAIS EMPOLGANTE.
A reunião do PT estadual está para começar, mas o presidente do partido em Minas, deputado Reginaldo Lopes, adiantou, em conversa que mantive com ele, há pouco, que Patrus Ananias será realmente lançado candidato à Prefeitura.
Amanhã, a executiva nacional petista já tem reunião marcada para homologar o nome de Patrus. Se for mantida a candidatura, há a possibilidade de o PT tentar atrair o PMDB para a vice – poderia ser até mesmo o deputado Leonardo Quintão. Mas também está na mesa a possibilidade de uma chapa puro-sangue No PT: Patrus, com o deputado Miguel Corrêa, que seria o vice de Márcio Lacerda, ou Roberto Carvalho.
Aliás, o atual vice-prefeito Roberto Carvalho criticou a decisão de lançar Patrus como “falta de respeito” da executiva nacional, já que ele foi escolhido, no sábado, pela convenção municipal do partido, candidato a prefeito.
Mas, manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Sobre a possibilidade de o acordo com o PSB em Belo Horizonte ser recomposto por intervenções nacionais do PSB e PT, o presidente estadual petista disse que isso é praticamente impossível. “Quem traí nas pequenas coisas, trai também nas grandes”, disse Reginaldo Lopes, referindo-se ao acordo fechado pelo prefeito Márcio Lacerda com o tucano Aécio Neves.
De qualquer forma, a eleição na Capital, que ameaçava se tornar plebiscitária, com o chapão de Lacerda de um lado e um adversário de outro, deve ficar mais empolgante.
Lacerda, Patrus, o candidato do PV, Délio Malheiros, e o PMDB – sozinho ou com o PT – darão nova emoção à disputa.na Capital