MORTE
NO AGLOMERADO DA SERRA: O MUNDO QUER MUDANÇAS.
O mundo está mudando. Muita gente usa antolhos e se nega a ver. A sociedade, felizmente, evolui.
Gerações acreditavam que a mudança seria ideológica. Não sei comensurar o peso
disso. Mas a expansão da rede social mudou o mapa ideológico do mundo. Não há
dúvida de que revoluções árabes foram e estão sendo feitas usando a rede como principal
instrumento de informação. No Brasil, houve a ascensão econômica de expressivas
camadas populares. Hoje, essas pessoas têm acesso à rede social, à mídia eletrônica.
Em São Paulo, a execução covarde de um detido pela PM foi filmada por um celular e estourou
na imprensa. Em São Paulo, em Sorocaba (interior paulista), em Santa Catarina,
há distúrbios que precisam ser analisados sem preconceito. Não basta falar que
é ação do PCC. Algo está mudando. Mais uma morte no Aglomerado da Serra, depois
da execução, há um ano, de um tio e sobrinho dele no local. Ao que tudo indica,
o crime anterior envolvia achaque policial. Não se pode pré-julgar o caso de agora, mesmo
com a população afirmando tratar-se também de execução. Mas, mais que nunca, é
necessário dar uma resposta convincente aos moradores do Aglomerado. O presidente
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Joaquim Barbosa, que também
preside o Supremo, disse hoje que o CNJ estuda fim da Justiça militar nos
estados.A proposta nasceu diante da constatação de que o Tribunal de Justiça
Militar de Minas Gerais deixou prescrever 270 processos contra militares.
Embora o tribunal tenha um orçamento de quase R$ 31,5 milhões. Isto é, não
importa o que o militar fez, ele não será mais processado. Cresce o clamor para
que esses casos, que envolvem diretamente a população, sejam entregues a tribunal
de justiça comum. Se um policial roubar uma arma em um tribunal, é caso de
tribunal da corporação. Se matar um cidadão, vai para a justiça comum. “Uma justiça (a militar) que poderia muito bem
ser absorvida pela justiça comum, porque não há qualquer necessidade de sua
existência”, grifou Joaquim Barbosa.
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