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sexta-feira, 17 de agosto de 2012


O IMPLACÁVEL MINISTRO JOAQUIM BARBOSA.
 A denúncia do mensalão tem oito itens. Naturalmente, alguns mais fortes do que os outros, como é o caso de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O ministro-relator Joaquim Barbosa propôs a votação fatiada, isto é, de item por item – e não uma votação compacta do processo. Isso provocou um início de racha no Supremo, porque o ministro-revisor Ricardo Lewandowski defendia o contrário. Os dois chegaram a ensaiar um bate-boca, que acabou esfriando. Pelo menos até novo impasse. A estratégia visa abrir espaço para o ministro Cezar Peluso – que se aposenta em 3 de setembro – votar nos principais pontos do mensalão. Joaquim Barbosa, que votou ontem pela condenação do deputado federal João Paulo Cunha nos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato, e de Marcos Valério e dos dois sócios dele (Cristiano Paz e Ramon Hollerbach) por crimes de corrupção ativa e peculato, está se mostrando implacável. A grande expectativa agora é o seu próximo voto, que deverá ser sobre o ex-ministro José Dirceu, ícone do escândalo. Joaquim Barbosa está sendo considerado arquiinimigo do PT. Explica-se: ele é o único integrante do Supremo nomeado pelo ex-presidente Lula. O poder petista esperava um pouco mais de condescendência por parte dele com os réus do partido.

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