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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O MENSALÃO E OS LIMITES DO PODER ECONÔMICO.

O julgamento do mensalão teve ontem um dia emblemático. Foram feitas as defesas do núcleo político e operacional do escândalo: José Dirceu, que foi ministro da Casa Civil; dos ex-presidente do PT Delúbio Soares e José Genoíno; e do principal operador do mensalão, Marcos Valério – para ficar nos nomes mais, digamos, contundentes do esquema. A maioria dos advogados já não tenta apontar o escândalo apenas como uma farsa montada pela oposição para atingir o governo Lula. Já admite que a clientela cometeu crime eleitoral, o chamado caixa 2, tão comum em campanha quanto a distribuição de santinho. A estratégia é afastar a denúncia de corrupção eleitoral, que pode levar à condenação elevada e até prisão. O advogado de José Genoíno, por exemplo, disse que a denúncia é “fantasiosa” – que está sendo usado um conceito nazista para incriminar o seu cliente. Já a defesa de José Dirceu argumentou que não houve mensalão, que nunca aconteceu compra de votos, enquanto a defesa de Marcos Valério bateu na tecla do caixa 2. Por isso, dá para entender que não é só o julgamento de um escândalo público que está ocorrendo. É mais que isso. É a definição dos limites do poder econômico na política. E do papel do Judiciário para impedir que o dinheiro substitua a prática democrática no Brasil.

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