A 300 KM DA COSTA, OS ROYALTIES PERTENCEM AO RJ?
A presidente Dilma está mais uma vez entre a cruz e caldeirinha,
como se diz popularmente. Derrotada pela Câmara dos Deputados, que provou – a exemplo
da votação do Código Florestal – que entre interesses e fidelidade, não titubeia:
fica com os interesses. A partilha dos royalties agrada a quase todos os
estados, mas coloca o Espírito Santo e principalmente o Rio de Janeiro em pé de
guerra contra a partilha. O governador Sérgio Cabral (PMDB) já avisou que o
Estado vai fechar. Ele apela até ao emocional. Ameaça com o fracasso da Copa
do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, dois anos depois, competições
centralizadas no RJ. Se Dilma não vetar parcialmente o projeto de divisão,
o impasse poderá parar no Supremo Tribunal Federal. A defesa dos demais estados também é
consistente: por que o pré-sal, a 300 km mar adentro, deve pertencer a esse ou
aquele estado? O petróleo, transformado em gasolina e insumos, não é consumido
por todo o País? Se todo mundo consume e sustenta a máquina do petróleo, não é
justo que todos recebam royalties? Minas Gerais será beneficiada pela
partilha. O repasse ao Estado e
municípios pulará de R$ 91 milhões para R$ 757 milhões – um aumento de 726%,
segundo projeções. Mineiramente, o governador Antonio Anastasia (PSDB) tem
evitado se pronunciar sobre o assunto. Em junho último, ele lançou uma campanha
contra a disparidade no tratamento do royalty do petróleo e do minério. Enquanto
o petróleo alcança a soma de R$ 25,8 bilhões em benesses com o royalty, a mineração
fica muito aquém: estanca em R$ 1,5 bilhão. Como Minas concentra quase 25% da
extração mineral do País, haveria um grande reforço de caixa. Com o aumento da
partilha dos dividendos do petróleo, mais ainda.
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